Tarde de setembro

É tarde de primavera, o sol bate na janela enquanto assisto uma série de algum romance bobo. Os dias parecem iguais. Ontem reli umas crônicas de Martha Medeiros e lembrei o quanto gosto da escrita dela. Hoje senti saudades de escrever: sobre tudo, sobre nada. Enquanto procurava ingredientes para fazer um brownie (amo brownies) penso essa vida é muito louca. 

Não sei se uma roda gigante ou um carrossel, mas eu sei que ela gira e em alguns momentos estamos no topo e em outros nem tanto assim. Tenho convivido bastante tempo em minha companhia e experimentado coisas que não me arriscava a fazer. Toda liberdade tem um pouco de solidão.

Hoje o dia está lindo e por mais que aqui dentro eu não esteja brilhando e reluzindo....a luz me inspirou. Então que amanhã seja um dia melhor , que eu encontre novos livros, novas pessoas, novas descobertas. Que eu respeite os meus limites. É setembro e logo as flores surgirão lembrando que depois do inverno e do frio as cores reaparecem.

O que faço com isso?

 Na Tv toca uma canção de Laura Souguellis ,mas hoje já escutei várias dos mais diversos tipos e melodias.

Não sei o que faço com isso.

Não é uma frustração apenas , ou insatisfação, só não compreendo porque ás vezes parece que estacionei no tempo embora algumas pessoas aleguem que eu já cheguei a algum lugar.

Dos sonhos de infância , não sei se realizei muitos, dos sonhos conjuntos também não.

Dizem que escrever liberta. Será ?

Os dias passam, as horas não.

E eu não tento mais entender tantas coisas.

Hoje eu queria ver o mar. O mar e sua imensidão,o vai e vem das ondas e sentir a brisa do vento no meu rosto.

Hoje eu chorei, um choro miúdo calado. Porque ainda falta muita coisa e ainda falta muito de mim também.

Você que me lê , se ainda me lê, creio que também não tem as minhas respostas.

Sigo na tentativa de ser alguém melhor para mim e para os outros, ver o que faço com isso.

 Isso que não tem nome.

Talita Carvalho